"Mulher de Nova"

Eu tenho assinatura da revista Nova e às vezes (quase sempre e quase tudo) eu acho de uma futilidade imensa. Me deprime. Pra que - ou melhor para QUEM - essa revista é feita? Acho que existem sim leitoras capazes de se identificar totalmente, tipo quem pode comprar uma bolsa Louis Vuitton, um sapato Louboutin, ou mesmo um cinto de R$359,00!!!! Além disso a revista Nova é escrita para mulheres que paqueram gatos malhados, lindos e ricos, que vive viajando para os roteiros mais badalados do tour mundial, que batalha pelos mais altos cargos das mais altas empresas e que sabe de moda e psicologia ao melhor do sexo.
Bem, eu não sei se estou louca, pobre ou as duas coisas, mas eu ainda acho que a maioria das mulheres não atendem a esse público. Primeiro que a revista só tem mulheres lindas e esculturais, dão dicas de roupas que nem todo meu salário do mês pode comprar (isso só numa composição!), dicas de emagrecimento para se perder apenas algumas gramas com os cardápios mais estapafúrdios, cirurgias plásticas e procedimentos estéticos de última geração.
A mulher de Nova parece não ter marido, filho e família. São todas mulheres ricas, bem resolvidas, lindas, cheias de amigas onde cada dia é um paquera melhor que o outro e uma transa casual mais quente que a outra. Nunca vi uma reportagem sobre coisas comuns de uma mulher comum. A mulher comum precisa perder vários quilos - não umas graminhas-, mal viaja ao estado ao lado e não tem centenas de reais para uma roupa só. A mulher comum tem que se virar em mil para um trabalho chato, para o filho que chora e para o marido que chega cansado em casa e também precisa da sua atenção. A mulher comum faz tudo isso e acaba dormindo com os olhos todo borrado do rímel meia boca que passou às pressas 7 horas da manhã. A mulher comum tira o sábado para limpar a casa e lavar roupas e se dá ao luxo de ir ao cinema deixando o filho com a sogra cheia de preocupação. Bem, eu sou assim. Será que eu é que tô tão fora dos padrões? Me ajudem a resolver esse dilema, porque eu não aguento mais abrir a revista e me sentir um et.